Os dois irmãos de 5 e 10 anos que contraíram dengue hemorrágica na semana passada passam bem. Apesar do susto, a mãe das crianças, Linda Sodré, diz que os filhos estão em fase de recuperação, mas que o pior já passou.As bicicletas estacionadas em frente à casa em uma área nobre, no bairro de São Brás, aguardam o momento de retomar as brincadeiras e as peraltices próprias da infância.
Os irmãos passaram uma semana internados em um hospital da rede particular e, segundo a mãe, contraíram a doença em casa.Ela diz que na área existem muitos terrenos abandonados, com água parada e mato, inclusive, casas com piscina cuja água não é tratada há meses. Na tarde de ontem, agentes de saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) foram ao local fazer levantamento de focos do mosquito na vila onde as crianças residem, mas nada foi encontrado.Apenas em um hotel nas proximidades foi detectado um foco do mosquito que, segundo os agentes, a Sesma seria informada e tomaria as providências para a eliminação do provável criadouro.“Falta consciência da população. Falta com que cada um faça a sua parte. Não adianta uma única pessoa fazer, se o seu vizinho não sepreocupa”, dizia Linda. Ela ressalta ainda que a situação não está controlada conforme divulgam órgãos do governo e município. “Não está nada sobre controle. Toda semana surgem novos casos e os responsáveis continuam fingindo não ver”.Preocupados, os vizinhos das crianças abriram as portas para a visita dos agentes que procuraram os focos por toda a casa. “Fazemos tudo direitinho para que não sejamos infectados e não tenhamos problemas”, dizia a secretária de uma das residências, que não quis se identificar.Os agentes defendem que as ações são feitas com frequência e em vários pontos da cidade, mas que a colaboração e conscientização da população diante do crescimento dos casos ainda é muito pequena.(Diário do Pará)